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Para sempre Scarlett O’ Hara

Se o filme E o Vento Levou é uma das maiores (ou a maior) bilheterias do cinema, eu contribuí bastante para isso. Perdi a conta de quantas vezes encarei, em desconfortáveis cadeiras de cinema, as quase quatro horas de filme em que a espevitada Scarlett O’ Hara aprontou todas e fez a minha cabeça.

Mimada, voluntariosa e egocêntrica, a personagem criada por Margareth Mitchell no livro do mesmo nome, lançado em 1936, deu para a britânica Vivien Leigh (1913-1967) o Oscar de Melhor Atriz, em 1940. É um dos filmes da minha vida e sobretudo por causa de Scarlett, talvez por ser meu oposto e por ver nela umas tantas coisas que eu gostaria de ser. Brigar pelo que se quer (no caso de Scarlett, às vezes por métodos nada elevados), por exemplo, é um desafio para naturezas mais pacatas e menos competitivas.

E Scarlett O’ Hara fazia isso muito bem. Do amor obsessivo por Ashley (Leslie Howard), que se casa com sua prima Melanie (a doce Olivia de Havilland), às malcriações a Rhett Butler (Clark Gable), com quem se casa para dar o troco, a linda e rica filha de fazendeiro tem que se virar nos 30 quando a Guerra Civil Americana leva pessoas que ela ama e ainda ameça Tara, a fazenda onde ela nasceu, se criou e lhe deu o que já não tinha mais.

Aliás, a cena em que ela pega um punhado de terra da fazenda arrasada pela guerra, com as mãos esmagando sua dor e fome, é para ficar na memória. E ali ela jura que nunca mais passará fome novamente! “Mesmo que tenha que mentir, matar ou roubar”, brada aos céus a heroína.

Há curiosidades incríveis sobre E o Vento Levou. Como os rumores de bastidores… dando conta de que Vivien Leigh não suportava as cenas de beijo com Gable por causa do mau hálito do moço. Ou que ele ganhou bem mais que Vivien pelo trabalho nos sets de filmagem: ele, por 71 dias de trabalho, ganhou U$ 120 mil. Ela, que bateu ponto durante 125 dias, levou míseros U$ 25 mil.

Enfim, Scarlett O’ Hara me representa!

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Repórter especial em jornais santistas e assessora de imprensa em São Paulo e Brasília, nas equipes de ministros e secretários de Estado. Especialista em Psicologia Analítica Junguiana e Constelação Familiar.

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