Bem mais perto dos deuses
Bem que eu gostaria de ter embarcado (literalmente) na viagem de sonhos organizada pela filósofa, professora de Mitologia e astróloga Luciene Felix Lamy. Mas não deu… ainda, e já me comprometi para a próxima, no ano que vem. Acompanhei de longe, fascinada, o roteiro que ela preparou para um seleto grupo rumo à belíssima Itália, berço majestoso das tantas histórias de deuses, deusas e suas paixões e desatinos, mitos que habitam em nós e explicam, também, tantas das nossas paixões e desatinos.
O projeto de Luciene, que reside em Santos (SP) e aqui ministra o seu saber, foi colocado em prática na segunda quinzena de maio: levar para uma viagem de estudos pessoas afinadas com a curiosidade sobre assunto de tamanha riqueza. E lá se foi a professora com suas discípulas para o Curso de Mitologia Greco-romana, na Galleria Borghese, em Roma, um dos museus de arte mais reputados do mundo. Só para se ter uma ideia de sua expressão artística, lá se encontram obras de Rafael, Caravaggio, Tiziano, Botticelli e Lorenzo Bernini, autor de uma das mais belas esculturas na Borghese, O Rapto de Proserpina, de inspiração barroca e concebida em mármore branco.
O mito, por si só, já é arrebatador, e narra o rapto da jovem e virginal Proserpina (ou Perséfone, em grego) por Hades, senhor do mundo subterrâneo, deixando a deusa Deméter, mãe da jovem, irada e inconsolável, deixando o Olimpo e se lançando no mundo em busca da filha. A tal ponto desesperada que, sendo ela a deusa da agricultura, faz tudo secar na terra, sem grãos que germinassem, sem gado que vingasse. O mito é belo e rico nas suas peripécias e não será contado aqui em detalhes, mas dá para adiantar que Deméter encontra sua garota, só que não mais tão inocente e livre.
Outra de Bernini que fez o grupo emudecer é a escultura de Apolo e Dafne, deuses que representam o mito do amor não correspondido. De amor não correspondido quase todo mundo entende um pouco, certo?, e é na beleza dessa história tão universal que a gente se vê um tanto. Luciene, ao falar do mito, confirma que ele está em nós: “É possível que em algum momento de nossas vidas tenhamos amado sem que fôssemos correspondidos. Mas isso não é motivo para constrangimento, pois até mesmo um deus foi irremediavelmente preterido: Apolo vivenciou a dilacerante dor da recusa e transmutou aflição em glória”.
Uma pitada de exclusividade no curso organizado por Luciene Lamy é que o grupo foi recebido para um jantar, na cidade de Nettuno, ao sul de Roma, pela princesa Camila Khevenhüeller Borghese, descendente da nobre família italiana de Siena.
Quem quiser conhecer em detalhes o mito de Apolo e Dafne (e outras histórias da Mitologia), pode entrar no blog de Luciene e viajar até o Olimpo!
http://lucienefelix.blogspot.com/2013/06/apolo-dafne-o-mito-da-origem-do-amor.html?m=0