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Uma Quinta muito “gira”

Do lado de fora já dava para sentir o inconfundível aroma do bacalhau e para quem tinha as lombrigas já saltando de costas, de tanta fome, o convite não podia ser mais convincente. Foi assim, com esse apelo irresistível a nos dar as boas vindas, que A Quinta do Marquês se apresentou para nós, grupo de santistas em sábado de recreio e curiosos para saber o que havia além da porta de vidro.

Localizado no km 57 da Rodovia Castelo Branco, já próximo a São Roque, a casa de gastronomia e referências portuguesas é uma combinação de padaria, restaurante, self service e loja de decoração, pois não faltam tentações (imagine ter a beleza de uma louça Vista Alegre a atiçar a vontade!) de todo tipo para tirar a gente do sério. Mas, mesmo diante de uma grife desse porte, como é o caso das porcelanas cuja fábrica fica no distrito de Aveiro, Portugal, é preciso pensar duas vezes, pois os preços dos artigos expostos são motivo suficiente para conter os impulsos consumistas. Põe caro nisso! No entanto, se o seu bolso não gritar, poderá presentear-se com a delicada louça portuguesa.

O bom-senso que por acaso ponha freio no impulso consumista cai por terra quando se passa ao outro lado do salão, onde o restaurante está montado. Quando se tem à frente, bem ao alcance dos olhos, da boca e das mãos os pratos que chegam à mesa fartos e perfumados, esqueça qualquer recomendação de dieta. O bacalhau com natas, mergulhado em creme de leite e gratinado, por exemplo, serve muito bem cinco pessoas, o inteiro (R$220,00), ou três pessoas quando se pede meia porção. Mas, pela sondagem que fiz, o leitão à Bairrada, suculento e macio, parece ser o campeão de audiência na casa portuguesa.

No empório cheio de atrativos, vinhos nacionais, importados e o de marca própria, mais a variedade de queijos, presunto (espanhol) , copas, salames e os pães. Ah, os pães! Umas provocações de variados sabores, que vão da azeitona ao amendoim, passando pelo pão de torresmo. Difícil mesmo é sair da Quinta sem levar um desses exemplares massudos, cheirosos e saborosos. De contra-peso, ajeitadas em embalagem bem protegida, fatias de rabanada de um tamanho que nunca vi!

A maior provocação, mesmo para quem não é formiga, vem da vitrina de sobremesas que fazem da doçaria portuguesa uma das mais famosas em todo o mundo. Pastéis de nata, quindins, travesseiros, queijadas, papos de anjo… que, acondicionados em caixinhas (a caixa com meia dúzia de pastéis de Belém sai por menos de R$ 30,00), acabam fazendo companhia aos pães levados para casa. 

Distribuído em vários ambientes e mesmo sendo uma área bastante grande, o restaurante consegue ser aconchegante apesar das dimensões. Talvez por ter em sua decoração tijolinhos à vista, que sempre aquecem, madeiras envelhecidas reforçando o tom rústico, e uma profusão de peças que remetem às tradições portuguesas. Os banheiros são impecáveis, limpos e perfumados, detalhe que faz muita diferença e nada comum em locais de grande circulação de pessoas. 

A Quinta do Marquês abre de segunda a segunda, das 11h00 às 23h30.

contato@veraleon.com.br

Repórter especial em jornais santistas e assessora de imprensa em São Paulo e Brasília, nas equipes de ministros e secretários de Estado. Especialista em Psicologia Analítica Junguiana e Constelação Familiar.

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