Mensagem do dia
Mas tu apareceste com a tua boca
fresca de madrugada,
com o teu passo leve,
com esses teus cabelos…
Com qual verso celebrar Mario Quintana, neste 30 de julho dos 112 anos que ele não fará entre nós? Com todos, eu diria. Com tudo o que ele escreveu, passarinhando no seu voo livre.
Nasceu em 1906 e ficou por aqui por 87 anos, dizendo essas coisas para as quais o tempo não faz a menor diferença. Serão sempre conjugadas no tempo presente, onde eu me reconheço, onde as almas amantes das coisas simples encontram motivo pra puxar assunto. Gosto do seu jeito de falar de amor, mesmo quando isso dói tanto dentro da gente que até o sol se recusa a nascer. Mas tem consolo. Tem saída. Quintana provou desse gosto: “Tão bom morrer de amor! E continuar vivendo…”.
Ao poeta, a reverência. E nunca é demais dizer: obrigada por ser tão generoso e espalhar sua herança assim, fartamente, lindamente. Feliz aniversário, Quintana. Felizes nós, que temos você.
O amor é isso. Não prende,
não aperta, não sufoca.
Porque quando vira nó,
já deixou de ser laço